Turnaround: o que é e como aplicá-la em sua empresa

Muitas empresas enfrentam em algum momento de sua existência, momentos de turbulências. Nesse contexto, muitas soluções e medidas podem ser adotadas, e uma delas é o processo de turnaround. Um desses momentos com certeza é o que estamos vivendo com a pandemia do COVID-19, que afetou milhares de pessoas e empresas mundo afora. Porém mesmo diante das adversidades do coronavirus, muitas empresas se reinventaram, desenvolveram novas estratégias de vendas e reformulação de processos transformando assim o momento hostil em oportunidades.

Entretanto, é importante frisar que não são todas as empresas que podem fazer uso desse processo. Por alterar profundamente nas estruturas do negócio, é indicado somente para cenários de crises severas e que tenham o mínimo de estruturação.

O que é turnaround?

Turnaround é um termo em inglês que significa “dar a volta”. No entanto, no mundo dos negócios, ele tem um sentido de recuperação e da performance de empresas diante de um cenário de queda

O turnaround envolve uma reestruturação de ponta a ponta do negócio, para que ele possa se readaptar à sua realidade. Esse processo pode incidir sobre finanças, cultura, operações, logística e na forma como atua com o objetivo de mudanças práticas vigentes e fazer o negócio crescer novamente.

Quando uma empresa precisa do turnaround?

Diversos aspectos demonstram que uma empresa precisa de mudança. Um deles refere-se a dificuldade de manter o crescimento do negócio, atendendo as demandas sem perder as qualidades que lhe agregam valor. Normalmente a empresa começa a crescer em decorrência do aumento de clientes, e isso pode também trazer problemas como a dificuldade de manter o padrão de atendimento.

Estes podem ser mais alguns exemplos de maus resultados que sugerem que a empresa adote a estratégia de turnaround para a sua sobrevivência:

Fatores internos:

  • Quedas no preço de suas ações
  • Receitas insuficientes
  • Mudanças negativas na vantagem competitiva
  • produtos e serviços ultrapassados
  • Ineficiência do planejamento financeiro
  • Má administração de recursos humanos
  • Falta de liderança e gestão
  • Processos ineficientes
  • Falhas nos projetos estratégicos
  • Elevado endividamento
  • Redução da carteira de clientes
  • Aumento irregular dos custos

Fatores externos

  • Crises econômicas
  • Ações governamentais
  • Desastres naturais
  • Perda de credibilidade e danos à marca
  • Crises sanitárias
  • Concorrência de outras empresas ou um negócio de grande porte

Como aplicar e como funciona o turnaround?

Quando a situação da empresa chega ao ponto em que um turnaround é necessário, é comum que os executivos contratem uma consultoria especializada. Contar com uma visão externa é importante pois o próprio empresário pode estar viciado na sua forma de agir, o que consequentemente não ajuda na recuperação. Sem contar que a consultoria pode ajudá-lo com um olhar neutro da empresa, além de com know-how do mercado, sabendo exatamente o que funciona ou não.

Definido a equipe (interna ou externa), um mapeamento aprofundado deve ser efetuado a fim de identificar as áreas mais problemáticas. E essa é uma atividade que abrange todas as áreas da empresa, incluindo os fatores externos. Uma análise das demonstrações financeiras, folha de pagamento, carteira de clientes, processos de compra e gestão são ações preponderantes para um mapeamento correto e assertivo.

Após a conclusão do mapeamento, inicia-se um planejamento em prol da reformulação do negócio de forma a reerguer a empresa. Tais medidas podem incluir:

  • Renegociação de dívidas
  • Eliminação de linhas de produção ou departamentos que dão prejuízo
  • Redução do quadro de funcionários
  • Liquidação de ativos
  • Auditoria fiscal
  • Investimentos em produtividade
  • Ampliação da oferta de ações em circulação para levantar recursos

Outro resultado possível do turnaround é a renovação dos gestores da companhia, caso seja comprovado que a fonte dos problemas é a má administração do negócio. Assim, os objetivos primários do processo de turnaround são restabelecer a competitividade da empresa no mercado e equilibrar as contas para voltar a ter lucro.

O que acontece quando um turnaround dá errado?

Implementar medidas de turnaround não representa garantia total de que a empresa vá se recuperar. Às vezes, uma companhia sofre por tanto tempo com decisões ruins de investimento, choques de mercado ou especulação que a sua salvação se torna inviável.

Como a reformulação precisa ser feita de forma transparente, quanto mais ela demora para funcionar, mais cresce a desconfiança dos investidores e a desvalorização das ações. Em última instância, quando o plano de reestruturação falha e a empresa não tem caixa para pagar suas dívidas, é possível entrar com um pedido de recuperação judicial. Neste caso, a Justiça age como mediadora para evitar a falência, obrigando a empresa a assumir compromissos a curto e longo prazo com os credores e se desfazer de ativos e participações. Ainda assim, se a recuperação judicial falhar, o resultado é uma catástrofe para a empresa e seus funcionários. Geralmente, a companhia realiza demissões em massa, vende seus ativos por valores abaixo do mercado e acaba deixando de existir.  

O que acontece quando um turnaround dá certo?

Por outro lado, é possível que o plano de turnaround cumpra seus objetivos e a empresa consiga sair da crise e se restabelecer no mercado. Neste cenário, a reestruturação gera um efeito positivo no mercado, aumentando a confiança dos investidores na solidez e boas práticas de governança da empresa. Dar um passo para trás muitas das vezes é necessário para a retomada do crescimento. No mercado temos diversos cases de empresas que estavam a beira da falência e após a reestruturação voltaram a crescer de forma exponencial e hoje possuem um market share significativo. Muitas delas eram empresas familiares, que crescem de forma desordenada e insustentável e que após reestruturação profissional, aplicando as etapas do turnaround, conseguiram redirecionar seus negócios e passar a evoluir de forma orgânica, sólida e estruturada.

Escrito por: Thiago Coelho

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Fábio Baptista - BPO Innova

Fábio Baptista

CEO | Conselheiro Fiscal e de Administração | Palestrante | Social-Selling | Mentoria para Startups
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